Produtores têm 15 dias para desocuparem área de conflito fundiário histórico em Mato Grosso do Sul

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A União repassou R$ 27,8 milhões a eles como parte do acordo de indenização firmado com o STF

 

Produtores rurais do município de Antônio João (MS) receberão R$ 27,8 milhões como parte do acordo de indenização mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro, relacionado ao conflito fundiário entre fazendeiros e indígenas.

O valor se refere à compensação pelos bens e benfeitorias nas propriedades, conforme avaliação realizada pela Funai em 2005, com atualização pela inflação e taxa Selic.

Esse montante foi pago pela União por meio de crédito suplementar.

Além dos R$ 27,8 milhões, a União destinará R$ 101 milhões para indenizar os produtores pela terra nua.

O governo de Mato Grosso do Sul também contribuirá com R$ 16 milhões, que serão pagos aos produtores via depósito judicial, com previsão para janeiro de 2025.

A área em disputa, localizada na fronteira com o Paraguai, abrange 9.317 hectares, incluindo grandes propriedades como Morro Alto, Primavera e Itá Brasília, entre outras.

acordo foi formalizado em uma audiência histórica no STF e visa resolver o conflito fundiário envolvendo as terras da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, que agora serão devolvidas aos indígenas Guarani Kaiowá. O acordo põe fim a um dos maiores e mais longos conflitos fundiários do estado, com a compensação financeira permitindo que os produtores deixem a região.

Conflito entre fazendeiros e indígenas

Desde 17 de julho, a Força Nacional está presente na região sul do estado, onde conflitos agrários entre indígenas e fazendeiros ocorrerem há meses.

À época, a disputa pela terra era ampla e em várias cidades.

Primeiro, as equipes do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) foram direcionadas à Douradina (MS).

Com o avanço das disputas, os agentes de segurança foram encaminhados aos outros locais.

Indígenas reivindicavam os locais como “terras ancestrais”.

Já os fazendeiros, alegavam serem donos das propriedades.

Idas e vindas, os dois lados entraram em sucessivos conflitos, que resultaram na morte de um indígena, de 23 anos, em setembro deste ano.

Após a morte do indígena, no dia 25 de setembro deste ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) mediou acordo histórico para Mato Grosso do Sul sobre a terra indígena Ñande Ru Marangatu, alvo de disputa desde 1998, em Antônio João.

Fonte: Viviane Freitas
Capital News

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