Estudo traça perfil epidemiológico de pacientes oftalmológicos do HU-UFGD/Ebserh e enriquece a formação de futuros médicos

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A médica recém-formada Ana Letícia Marcon e o acadêmico Guilherme Okoti de Melo
Trabalho científico desenvolvido por acadêmicos e coordenado por oftalmologista do hospital foi apresentado no Congresso Brasileiro de Oftalmologia 2024 em Brasília

Uma pesquisa desenvolvida no Ambulatório de Oftalmologia do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD/Ebserh) traça o perfil epidemiológico da saúde ocular da população da Grande Dourados e destaca a importância do hospital na formação de futuros profissionais de saúde. Sob a coordenação da oftalmologista Dra. Elimar Mayara de Almeida Menegotto, o estudo contou com a participação dos acadêmicos de medicina Guilherme Okoti de Melo, Layala Stefane de Paula Barbosa, Ananda Mireille Mendes de Souza, Guilherme Kenji Asato Oliveira e a recém-formada Ana Letícia Marcon, que uniram esforços para integrar conhecimento teórico e prático em prol da saúde pública na região.

Guilherme, acadêmico do 6º ano de medicina, compartilhou sua motivação para o projeto: “O projeto surgiu a partir de uma curiosidade, uma vontade minha de produzir e apresentar uma pesquisa num congresso grande brasileiro, no caso o Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que é a principal referência na área no nosso país, junto do meu sonho de me tornar um médico oftalmologista.” Utilizando o Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU), a pesquisa revisou 1.889 prontuários de pacientes atendidos ao longo de 2023, com o objetivo de traçar o perfil epidemiológico dos atendidos no ambulatório de oftalmologia do HU-UFGD.

Entre os principais achados do estudo, destacam-se as taxas de absenteísmo, especialmente entre a população indígena. Absenteísmo refere-se à ausência dos pacientes em consultas agendadas, e a pesquisa revelou que, entre os pacientes atendidos pelo hospital,

“o absenteísmo dos brasileiros indígenas é de 45%. O que comparado com o absenteísmo relacionado aos brasileiros não indígenas é um absenteísmo de apenas 17%”

Guilherme explica a importância desse dado:

“Esse é um dos porquês que ficam da nossa pesquisa”

já que a população indígena é relevante na região, mas enfrenta barreiras para acessar o atendimento oftalmológico.

Além de identificar diagnósticos como pterígio, metropia, catarata e glaucoma, o estudo também revelou a necessidade de melhorias estruturais para atender adequadamente casos como catarata e glaucoma. A pesquisa também abordou questões de equidade no atendimento, evidenciando que muitos pacientes negligenciam os cuidados com a saúde ocular, agravando suas condições antes de buscar tratamento.

“A população no geral negligencia um pouco a saúde ocular, ela deixa para a última hora […] só quando está precisando muito, não está enxergando mais ou precisa de um laudo para trabalhar, vai buscar um serviço especializado”

reflete Guilherme, que aponta a educação em saúde como uma estratégia crucial para melhorar esse quadro.

A participação no Congresso Brasileiro de Oftalmologia foi, para Guilherme, um marco em sua formação:

“Participar do Congresso Brasileiro de Oftalmologia foi uma experiência incrível para mim. Eu tinha poucas dúvidas de qual área eu queria seguir depois que terminasse a graduação em medicina, mas acabou sendo uma afirmação para mim. Eu afirmei o meu desejo de seguir na oftalmologia”

garantiu. No congresso, ele teve a oportunidade de expandir seu conhecimento e construir uma rede de contatos profissionais, aproximando-se de seu objetivo de se tornar oftalmologista.

Desta forma, a pesquisa do HU-UFGD não apenas contribui para o desenvolvimento científico da região, mas também fortalece a formação dos futuros profissionais de saúde, como Guilherme, que vivenciam a prática da pesquisa desde cedo.

“A ideia é não finalizar por aqui a pesquisa”

diz Guilherme, que já planeja expandir o estudo para um período mais longo de análise, a fim de aprofundar os resultados obtidos e buscar melhorar ainda mais o atendimento à população.

Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

FOnte:  Unidade de Comunicação Regional 25 (HU-UFGD)

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