Em Eldorado, cidade a 427 quilômetros de Campo Grande, durante a madrugada, o agricultor Renato Penasso, gravou a chuva escura, fenômeno causado pela fumaça das queimadas
Na manhã deste sábado (14), regiões do Pantanal atingidas pelos focos de incêndios nas últimas semanas registraram chuva e temperatura amena, em Mato Grosso do Sul.
Em Eldorado, cidade a 427 quilômetros de Campo Grande, durante a madrugada, o agricultor Renato Penasso, gravou a chuva escura, fenômeno causado pela fumaça das queimadas.
“É a primeira vez em 37 anos de Eldorado que eu vejo uma situação como essa”, disse o agricultor.
O fogo consome o Pantanal há mais de três meses. Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), 3 milhões de hectares foram destruídos pelas chamas, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais.
De acordo com a Climatempo, Eldorado pode registrar até 10.4 milímetros de chuva, neste sábado. No momento a precipitação deu uma trégua, mas o céu continua nublado na cidade com possibilidade de garoa o dia todo. À noite ocorrem pancadas de chuva.
A chuva também foi registrada em Ponta Porã, município fronteira com o Paraguai e em Porto Murtinho, uma das regiões mais castigadas pelos incêndios no pantanal.
Mudança climática
De acordo com a Climatempo, outros municípios podem registrar a chuva escura nas próximas horas, sendo eles: Sete Quedas, Japorã, Mundo Novo e Ponta Porã.
Esta é possivelmente a primeira vez que o fenômeno é registrado em Mato Grosso do Sul desde que os incêndios começaram a se alastrar pelo estado neste ano.
A causa da chuva escura, também conhecida como “chuva preta”, é a alta concentração de fumaça no céu. Em contato com a fumaça, a água adquire um aspecto sujo, que pode ser notado quando ela entra em contato com o solo.
Fogo no Pantanal
Nos primeiros 10 dias de setembro, o Pantanal registrou 736 focos de incêndios. O número é quase o dobro do total registrado no mesmo mês do ano passado, quando o bioma teve 373 focos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No recorte que considera apenas os 10 primeiros dias do mês, são 736 focos em 2024, contra 85 em 2023.
Fonte: G1 MS