Reunião em Brasília define ações conjuntas para conter avanço das chamas durante seca histórica
O combate aos incêndios na Amazônia e no Pantanal, intensificado pelas piores secas das últimas décadas, tem sido tema de discussões entre governadores e representantes de diversas regiões afetadas. Na noite de quarta-feira (21), em Brasília, os governadores Eduardo Riedel (MS), Antônio Denarium (RR), Wilson Lima (AM), Gladson Cameli (AC) e Carlos Brandão (MA) se reuniram para tratar da crise.
Riedel destacou a gravidade da situação no Pantanal, onde as previsões indicam mais dois meses de pouca chuva, e mencionou o esforço conjunto entre o governo estadual e federal para enfrentar as chamas que já destruíram 1.495.475 hectares, representando 15% do bioma em Mato Grosso do Sul.
Enquanto isso, o governo federal anunciou a formação de frentes de atuação prioritária em áreas da Amazônia que concentram o maior número de incêndios.
Essas frentes serão estabelecidas em três regiões críticas, abrangendo partes de Rondônia, Amazonas e Pará, e envolverão uma colaboração entre órgãos federais, estaduais e municipais.
A estratégia inclui a instalação de bases multiagências para coordenar ações de combate aos incêndios florestais, integrando instituições como o Ibama, ICMBio, Funai, e as polícias federal e estadual.
Os números são alarmantes: já foram registrados mais de 59 mil focos de incêndio na Amazônia desde o início do ano, o pior índice desde 2010.
A fumaça gerada pelas queimadas afeta cidades em dez estados, e imagens de satélite mostram a concentração de monóxido de carbono se espalhando do Norte até o Sul e Sudeste do Brasil, cruzando países vizinhos como Peru, Bolívia e Paraguai.
Em resposta, o Unicef emitiu um alerta sobre os cuidados de saúde necessários para as populações expostas à poluição.
As frentes de combate, organizadas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), têm como objetivo buscar soluções conjuntas para mitigar os impactos dos incêndios.
Mais de 360 equipes já estão atuando no Norte do país, com um contingente de mais de 1,4 mil brigadistas mobilizados para enfrentar as chamas.
Fonte: Fernanda Oliveira
Capital News