Nem bem saiu de um tumultuado e histórico processo de eleição presidencial, o Brasil dividido se une pela Copa do Mundo de futebol, horas após o término da 27ª COP (Conferência das Partes da ONU) — que reuniu no Egito — cerca de 45 mil pessoas entre ativistas, chefes de estado e pesquisadores, para tratar de mudanças climáticas e saídas para melhoria das questões ambientais de interesse global, como por exemplo, a redução das emissões de gases de efeito estufa.
A conclusão dos acordos firmados no encontro, segundo o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, ainda não será suficiente, mas é um sinal político muito necessário para reconstruir a confiança quebrada. A COP27 definiu os principais acordos nos seguintes temas: Fundo de perdas e danos, Meta de temperatura global, Economia de baixo carbono, Tecnologia climática, Mitigação, Ações Globais e o Acordo de Paris e Florestas e Desmatamento.
Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, que concentram enormes florestas tropicais, formaram um bloco para fortalecer suas posições no cenário internacional. A ideia é verificar os avanços na conservação das florestas. Ainda sob fortes críticas dos que esperavam ações muito mais contundentes e efetivas, a COP 27 reforçou a pauta mundial sobre o papel das nações, do ser humano, das instituições nas ações de recuperação e melhorias do clima no planeta.
Saindo da COP 27, o Brasil começou a respirar os ares da 22ª Copa do Mundo no Catar, realizada pela primeira vez no Oriente Médio e a mais aguardada de todos os tempos, por ser também a primeira após a pandemia de coronavírus. Como de costume, a Copa traz para o noticiário mundial, além de todas as questões que envolvem o futebol, as polêmicas em torno do país-sede. A FIFA pediu para o público focar no futebol e dar trégua às questões do polêmico cenário do Catar. O mundo se choca e se compara com a realidade do país, que vive um histórico de controvérsias.
Mesmo diante de um dos países mais ricos do mundo, as mazelas da sociedade são expostas e, ao mesmo tempo, “indigestas” para a população mundial que se escandaliza com o preconceito contra a mulher, contra as pessoas LGBTQIAP+, contra as pessoas com deficiência, contra os 30+ e contra atos nada humanitários. Nada que o mercado de trabalho aqui no Brasil não conheça muito bem…
Ao mesmo tempo, o tema vem abrindo um debate mundial para questões que extrapolam o esporte e influenciam cada vez mais as atitudes de inclusão, equidade e diversidade sobre o planeta. As controvérsias da Copa que têm feito a imprensa refletir e gerar muito conteúdo sobre isso.
Eventos como a COP e a Copa nunca passarão desapercebidos. No momento em que todo o mundo está focado em um só evento, ele passa ser a principal vitrine do planeta. E a partir deles, a gente vai se transformando. Neles, surgem inovações, expressões, condutas, regras, tratados, comportamentos etc. que, de alguma forma, tornam-se tendencias que vão influenciar nossos negócios, nossas pessoas, nossos serviços, nossos processos e nossos produtos.
A COP convoca o mundo, em especial as nações a prolongar a qualidade de vida das pessoas e dos recursos naturais. O evento é um chamado para a população global repensar as atitudes que poderão salvar o planeta e o quanto o desperdício alcança níveis da imoralidade, da alienação e da desfaçatez.
A Copa, escancara as desigualdades, as injustiças sociais, a necessidade de tratar o tema inclusão e diversidade com mais equidade, o aumento da acessibilidade, com mais verdade. Provoca a gente sobre os nossos comportamentos em campo, nos estádios, num país que não é o nosso e com uma cultura que conhecemos superficialmente.
Nos dois casos, eventos assim nos forçam a olhar duas vezes para o ser humano. As grandes competições revelam individualidades sobre os craques da bola e trazem para o campo também as suas condutas na vida pessoal. Os critérios para o heroísmo foram atualizados. As pessoas querem heróis de verdade, que entram em campo conhecendo bem os limites entre o respeito e o deboche. Sejam eles CNPJs ou CPFs.
Mais que defender seus próprios interesses, momentos assim despertam na imprensa a necessidade de comunicar novos ensinamentos, inovações, urgências, pautas que ainda não foram pensadas. Cabe a nós, agentes da transformação, observar esses sinais, encaixá-los nas nossas rotinas, decifrar as mensagens que apontam, lá na frente, quem continua na disputa dessa partida no jogo da vida. E lá vamos nós, construirmos juntos as novas regras desse jogo!
*Andrea Cipriano
Gerente de Comunicação na Pitchcom Comunicação