Que modelo de desenvolvimento pretendemos?

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Divulgação Júlio César Cardoso

Temos que nos definir perante o concerto das nações. Não podemos ficar satisfeitos sendo apenas um país emergente. Ser um país desenvolvido sempre será a nossa meta. Mas para isso precisamos mudar a visão de nossos governantes e políticos.

O modelo governamental e político de descumprimento de metas, de desrespeito às regras fiscais e de constante interferência na Constituição Federal para atender aos interesses políticos, tudo isso sinaliza que ainda demorará muito para se chegar ao estágio de nação desenvolvida.

 

O país precisa de plano nacional de longo prazo para todas as áreas de interesse social. É inadmissível, por exemplo, que no campo educacional, o Brasil não tenha traçado o seu modelo de educação como meta a ser respeitada por todos os governos.

O MEC, por sua vez, tem sido palco de alocação de ministros sem identificação com a área. Isso depõe bastante contra a seriedade do órgão, o qual reputo como o mais importante por ser responsável pela formação dos futuros profissionais do país. Só neste governo, a pasta foi exercida por quatro ou cinco ministros, demonstrando falta de critério e responsabilidade presidencial para com o ministério.

Vejam outro caso emblemático, que atormenta a vida de brasileiros. Reporto-me à falta de segurança pública em todo o quadrante nacional. Qual é o plano de segurança pública nacional aprovado para ser seguido por todos os governos? Não existe. Cada governante apresenta o seu planejamento ou projeto de segurança sem nenhuma eficácia duradoura.

Observemos a área assistencial e social. O governo atual substituiu o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil. E assim as questões assistenciais e sociais vêm sendo tratadas conforme o interesse político de cada gestão governamental e não como meta uniforme a ser seguido por todos os governos.

O ex-presidente Lula já acenou em retomar o programa Minha Casa, Minha Vida, caso seja eleito. Observa-se que o país, através de seus gestores políticos, não se preocupa em resolver as questões sociais com medidas programáticas duradouras ou de longo prazo, aprovadas pela sociedade, e que sejam executadas por todos os governos, independentemente de viés partidário.

Não há eficácia no combate aos problemas sociais ao adotar-se medidas paliativas de cunho meramente político visando a atingir ou formar uma clientela de natureza eleitoral.

O país necessita de reformas sérias, tais como tributária e política – consultando a sociedade e não apenas aquela arquitetada no Parlamento -, bem como reformular os critérios de enfrentamento dos problemas sociais de saúde, educação, segurança, habitação, saneamento básico, desigualdade social, trabalho infantil, fome, desmatamento, drogas, violência, etc., que deveriam ser objeto de um plano nacional aprovado de longo prazo a ser cumprido por todos os governos.

 

 

*Júlio César Cardoso
Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC

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