Rafael Santana de Souza, o Rafael Chupim (MDB), está fazendo campanha a vereador em Aral Moreira de tornozeleira eletrônica por ser réu em um inquérito, onde é investigado por supostamente ser integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Por entender que o aparelho está atrapalhando na corrida ao cargo público, o candidato pediu à Justiça Federal que fosse retirado o rastreamento, porém o pedido foi negado.
Mesmo preso em flagrante, Rafael Chupim obteve habeas corpus para deixar a prisão e usar tornozeleira eletrônica. No entando, devido a campanha de vereador, ele entrou com um pedido na Justiça solicitando que o aparelho de rastreamento fosse retirado.
A defesa alegou que o horário do recolhimento noturno, das 19h às 5h, estava lhe causando transtornos na para concorrer o pleito.
Em despacho do último dia 6 deste mês, a juíza Caroline Scofield Amaral, da 1ª Vara Federal de Ponta Porã, manteve o monitoramento eletrônico. No entanto, o candidato do MDB foi liberado para ficar na rua fazendo campanha até às 22h e se deslocar para a zona rural do município.
Em locais sem sinal, ele tem autorização para se deslocar, mas deverá comunicar o roteiro com antecedência à Justiça.
Esse benefício foi estendido até 15 de novembro, data do primeiro turno das eleições. Dois dias antes, no dia 13, ele será interrogado como réu na ação penal por integrar a organização criminosa e tráfico de drogas.
OPERAÇÃO
O emedebista foi preso no dia 25 de junho deste ano na Operação Exílio, da Polícia Federal. Na ocasião, 110 policiais apreenderam 503 quilos de maconha, armas de grosso calibre e granadas usadas pela organização criminosa. Dois foragidos do sistema penitenciário de São Paulo, conforme a Justiça, estavam na casa onde o candidato do MDB foi preso.
Segundo a PF, a organização atuava no tráfico internacional de drogas e de armas de fogo. Durante as investigações, a polícia descobriu que os líderes são foragidos do sistema prisional paulista e que seriam vinculados ao Primeiro Comando da Capital. Eles ocupavam imóveis de alto valor e transitavam em veículos de luxo, adquiridos através da prática de atividades criminosas.
Os investigados poderão ser indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e tráfico internacional de armas. As penas somadas podem ultrapassar 39 anos de reclusão.
A Operação foi denominada “Exílio” em razão aos indivíduos foragidos e vinculados ao PCC que buscaram abrigo na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, se passando por empresários mediante uso de documentos falsos e realizando atividades delituosas.
Fonte: CorreioDoEstado