Bruno Brischiliari
Nesta quarta a “reunião” entre Bolsonaro, Dória e outras autoridades do país, não foi muito “amorosa”. Dória, comandante de São Paulo disse ao presidente para “ter equilíbrio”, Jair Messias não gostou e retrucou o tucano, até pedindo para ele se retirar do palanque.
Em meio a conversa, Jair Bolsonaro disse para Dória que ele não pode o criticar de forma alguma, pois foi eleito em 2018 com sua ajuda, e após a vitória na eleição, virou as costas para ele.
Dória afirmou durante certo momento da conversa “Nós estamos preocupados com a vida de brasileiros dos nossos estados, preservando também empregos e o mínimo necessário para que a economia possa se manter ativa”, declarou.
Em outras fala no final da conferência, Bolsonaro diretamente disse para Dória “Subiu a sua cabeça a possibilidade de ser presidente do Brasil. Não tem responsabilidade. Não tem altura pra criticar o governo federal”, disse Bolsonaro ao tucano. “Se você não atrapalhar, o Brasil vai decolar e sair da crise. Saia do palanque”, afirmou o presidente da República.
A alteração ocorreu após Dória pediu “calma, equilíbrio e serenidade ao presidente, para ele governar o Brasil”.
Depois de finalizar sua fala, Bolsonaro passou a palavra ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,o ministro pediu calma e equilíbrio para todos.
“Volto a repetir, no momento onde se tem uma crise dessa proporção a primeira palavra que a gente precisa ter é clama e equilíbrio”, afirmou Mandetta.
São Paulo é o epicentro do Brasil quando se trata da doença COVID-19. Até às 13 horas desta quarta eram registrados 40 mortos somente em São Paulo por covid-19, dos 47 em todo o Brasil. A principal preocupação de Dória é pela saúde dos paulistas, pois todos os dias em São Paulo mais e mais pessoas morrem pela doença. Bolsonaro teme pela economia brasileira, onde existe a possibilidade de empresas quebrarem, falirem, faltar o alimento na mesa de muitos, e assim também vindo ter mortes e miséria no país e até mesmo servidores públicos não recebendo aquilo que é de direito, o seu salário.
Preocupação geral
O COVID-19/Corinavírus acabou trazendo uma problemática gigantesca no mundo, e não é diferente no Brasil, onde realmente para as autoridades, isso é uma faca de “dois gumes”, onde Bolsonaro e todos governantes do país estão “entre a cruz e a espada”.
Qual a solução? Se precavir da doença, para não ser contaminado e ficar em casa para o bem de todos, porém com a falta de giro de capital, e a possibilidade de faltar alimento, ou ir trabalhar, por a própria vida em risco e dos familiares, porém tendo o alimento da mesa e uma “certa garantia” financeira ao final do mês. Difícil, pois para aqueles que são autônomos e muitos outros a diária é fundamental, o dinheiro para comprar seu alimento, ou o remédio não pode faltar. Saúde ou financeiro? Difícil a escolha e qualquer decisão a ser tomara gerará debate entre todos.
Momento complicado no Brasil e no mundo, onde a doença já chegou em quase todos os países do globo. Mais de 355 mil já infectados, superando os 16.000 mortos. Número grande, preocupante principalmente nos países onde Itália e Espanha já passaram a China. Os EUA tende a ser o epicentro mundial daqui algum tempo, e até o momento cientistas não conseguiram a cura.
Luiz Henrique Mandetta, o braço direito de Bolsonaro
Mesmo em meio todo caos em que estamos vivendo, Luiz Henrique Mandetta (Democratas/MS) vem sendo elogiado por muitos, o ministro da saúde na maioria das entrevistas que cede sempre se sai bem, com palavras convictas e que convence o público.
Governador do Rio de Janeiro contrário ao presidente Jair Bolsonaro
Pela internet, o governador Wilson Witzel (PSL), do Rio de Janeiro, disse que mantém a determinação para a população do estado ficar em casa, ao contrário do que defende Bolsonaro.
“Peço mais uma vez ao povo fluminense: fique em casa. Siga as recomendações. Não queremos acabar com as empresas, exterminar empregos. Queremos preservar vidas”, afirmou Witzel. “Ressuscitar a economia a gente consegue. Ressuscitar quem morreu é impossível”, completou.
Bruno Brischiliari