Em reunião tensa, Bolsonaro e Dória se desentendem e presidente pede que tucano saia do palanque

0
291

Bruno Brischiliari

Nesta quarta a “reunião” entre Bolsonaro, Dória e outras autoridades do país, não foi muito “amorosa”. Dória, comandante de São Paulo disse ao presidente para “ter equilíbrio”, Jair Messias não gostou e retrucou o tucano, até pedindo para ele se retirar do palanque.

Em meio a conversa, Jair Bolsonaro disse para Dória que ele não pode o criticar de forma alguma, pois foi eleito em 2018 com sua ajuda, e após a vitória na eleição, virou as costas para ele.

Dória afirmou durante certo momento da conversa “Nós estamos preocupados com a vida de brasileiros dos nossos estados, preservando também empregos e o mínimo necessário para que a economia possa se manter ativa”, declarou.

Em outras fala no final da conferência, Bolsonaro diretamente disse para Dória “Subiu a sua cabeça a possibilidade de ser presidente do Brasil. Não tem responsabilidade. Não tem altura pra criticar o governo federal”, disse Bolsonaro ao tucano. “Se você não atrapalhar, o Brasil vai decolar e sair da crise. Saia do palanque”, afirmou o presidente da República.

A alteração ocorreu após Dória pediu “calma, equilíbrio e serenidade ao presidente, para ele governar o Brasil”.

Depois de finalizar sua fala, Bolsonaro passou a palavra ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,o ministro pediu calma e equilíbrio para todos.

“Volto a repetir, no momento onde se tem uma crise dessa proporção a primeira palavra que a gente precisa ter é clama e equilíbrio”, afirmou Mandetta.

São Paulo é o epicentro do Brasil quando se trata da doença COVID-19. Até às 13 horas desta quarta eram registrados 40 mortos somente em São Paulo por covid-19, dos 47 em todo o Brasil. A principal preocupação de Dória é pela saúde dos paulistas, pois todos os dias em São Paulo mais e mais pessoas morrem pela doença. Bolsonaro teme pela economia brasileira, onde existe a possibilidade de empresas quebrarem, falirem, faltar o alimento na mesa de muitos, e assim também vindo ter mortes e miséria no país e até mesmo servidores públicos não recebendo aquilo que é de direito, o seu salário.

Preocupação geral

O COVID-19/Corinavírus acabou trazendo uma problemática gigantesca no mundo, e não é diferente no Brasil, onde realmente para as autoridades, isso é uma faca de “dois gumes”, onde Bolsonaro e todos governantes do país estão “entre a cruz e a espada”.

Qual a solução? Se precavir da doença, para não ser contaminado e ficar em casa para o bem de todos, porém com a falta de giro de capital, e a possibilidade de faltar alimento, ou ir trabalhar, por a própria vida em risco e dos familiares, porém tendo o alimento da mesa e uma “certa garantia” financeira ao final do mês. Difícil, pois para aqueles que são autônomos e muitos outros a diária é fundamental, o dinheiro para comprar seu alimento, ou o remédio não pode faltar. Saúde ou financeiro? Difícil a escolha e qualquer decisão a ser tomara gerará debate entre todos.

Momento complicado no Brasil e no mundo, onde a doença já chegou em quase todos os países do globo. Mais de 355 mil já infectados, superando os 16.000 mortos. Número grande, preocupante principalmente nos países onde Itália e Espanha já passaram a China. Os EUA tende a ser o epicentro mundial daqui algum tempo, e até o momento cientistas não conseguiram a cura.

Luiz Henrique Mandetta, o braço direito de Bolsonaro

Mesmo em meio todo caos em que estamos vivendo, Luiz Henrique Mandetta (Democratas/MS) vem sendo elogiado por muitos, o ministro da saúde na maioria das entrevistas que cede sempre se sai bem, com palavras convictas e que convence o público.

Governador do Rio de Janeiro contrário ao presidente Jair Bolsonaro

Pela internet, o governador Wilson Witzel (PSL), do Rio de Janeiro, disse que mantém a determinação para a população do estado ficar em casa, ao contrário do que defende Bolsonaro.

“Peço mais uma vez ao povo fluminense: fique em casa. Siga as recomendações. Não queremos acabar com as empresas, exterminar empregos. Queremos preservar vidas”, afirmou Witzel. “Ressuscitar a economia a gente consegue. Ressuscitar quem morreu é impossível”, completou.

 

Bruno Brischiliari

Artigo anteriorComissão acompanhará situação fiscal e orçamentária durante calamidade pública
Próximo artigoApós discurso de Bolsonaro, Governo de Trump quer retorno imediato de americanos que estão no Brasil

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui