
O secretário especial de Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, informou nesta quarta-feira (21) ao G1 que deixará o cargo. Segundo Pires, a decisão foi tomada porque ele vinha sendo uma “voz dissonante” no governo. A assessoria do ministro da Cidadania, Osmar Terra, porém, disse que foi ele quem demitiu o secretário.
Henrique Pires estava no cargo desde o início do governo Jair Bolsonaro e afirmou que decidiu deixar a secretaria após o ministério suspender um edital que havia selecionado séries sobre diversidade de gênero e sexualidade a serem exibidas nas TVs públicas.
“Isso [suspensão] é uma gota d’água, porque vem acontecendo. E tenho sido uma voz dissonante interna”, disse Pires.
“Eu tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas eu não vou chancelar a censura”, acrescentou.
Na semana passada, ao fazer uma transmissão ao vivo em uma rede social, Bolsonaro disse que o governo não vai financiar produções com temas LGBT.
“Fomos garimpar na Ancine, filmes que estavam já prontos para ser captado recursos no mercado. […] É um dinheiro jogado fora. Não tem cabimento fazer um filme com esse tema”, afirmou o presidente na ocasião (leia detalhes mais abaixo).
Ao informar a saída do cargo, o secretário especial de Cultura disse nesta quarta-feira que não concorda com “filtros” na atividade cultural.