E agora, José? Dória quer novo PSDB e Alckmin quer volta as origens

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Alckmin cita Mário Covas e quer volta do PSDB a social-democracia, e a defesa dos mais pobres, que foi razão da fundação do partido; Dória quer um “novo partido” que olhe para frente 

 

Num momento em que os tucanos trocam a direção e pensam o futuro da sigla, os líderes defenderam o liberalismo e as políticas sociais, mas deram peso diferente ao legado e à juventude da sigla.

“O PSDB mais do que nunca, a partir de agora, deverá ser o partido da juventude, dos jovens, das novas ideias, daqueles que sabem respeitar os cabelos brancos. Esses mesmos cabelos brancos que vão abraçar os jovens e estimulá-los”, discursou o governador Doria na convenção estadual do partido neste domingo (5).

Doria exaltou os jovens tucanos que assumem protagonismo na condução do partido —todos aliados do governador, que expande seu domínio sobre o PSDB. Além de Vinholi, ex-deputado e secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Fernando Alfredo assumiu o PSDB municipal, Cauê Macris se reelegeu presidente da Assembleia Legislativa, e Bruno Araújo (PE), presente na convenção, já foi saudado por todos como novo presidente nacional do PSDB. A eleição para o cargo será no fim deste mês.

Em contraposição, Alckmin, que é o atual presidente do PSDB, fez um discurso voltado às origens do partido, relembrando sua fundação e citando Mário Covas. “Nós devemos hoje voltar à nossa história, aos nossos princípios, aos nossos valores, à origem que fez o PSDB existir. Por que criaríamos mais um partido? Já tem tantos. Para manter o establishment? Para defender gente rica?”, questionou o ex-governador.

Alckmin também teceu críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), de quem Doria se aproximou desde a campanha. “A gente vê um clima de ódio, é o PT ao inverso, o nós contra eles, a intolerância”, disse. O tucano defendeu o estatuto do desarmamento e foi aplaudido: “Quem mata bandido mata também gente que é inocente”.

Doria, por sua vez, condenou o populismo. “Para os extremos, seja o da esquerda, seja o da direita, nós não queremos populismos em nenhuma das pontas. A nossa posição de centro é a posição liberal, do trabalho que engrandece”, disse.

Doria e Alckmin travaram um embate em relação à mudança de nome do PSDB, algo que o governador aventou, mas que o ex-governador é contra.

“Hoje nós vivemos modismos. Está em moda mudar de nome, como se mudar de nome tornasse um partido melhor ou pior. É acessório. Nós temos é que fortalecer aquilo que fez a origem do PSDB, que é a social-democracia”, afirmou.

Em entrevista à imprensa, Doria afirmou que a pesquisa que encomendou sobre o partido, a ser entregue em junho, é que vai dizer se a mudança de nome é necessária. “Ninguém é obrigado a concordar com tudo, quem vai emitir a opinião é a pesquisa.”

Texto e foto: Folha de São Paulo/Carolina Linhares

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