O prefeito Marquinhos Trad (PSD) abriu agenda para tarde da próxima terça-feira (26) a fim de receber representantes da diretoria da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), em reunião que deverá discutir reajuste salarial da categoria.
Na última quinta-feira (25), uma mobilização da entidade “acampou” no paço municipal reivindicando a agenda, que foi garantida apenas no fim do dia, conforme afirmou à reportagem o presidente da ACP, Lucílio Nobre.
Com a agenda garantida, portanto, a categoria deverá cobrar uma proposta do município sobre o reajuste salarial. Vale lembrar que o índice inflacionário concedido nacionalmente tem sido de 4,17% no salário-base. “Mas há um passivo de cerca de 17% em Campo Grande, já que desde 2015 não temos reajuste”, declarou Nobre ao Midiamax.
Lucílio destacou, ainda, que aguarda a proposta municipal para que a categoria possa deliberar um plano de ação. “Prevalece o diálogo, mas ainda não temos proposta para que possamos debater e, portanto, ainda não haverá mobilização”, destaca.
Negociações
De acordo com a ACP, já ocorreram três reuniões com o secretário municipal de Finanças e Planejamento, Pedrossian Neto, ocasiões nas quais ficou combinado que seria enviada uma proposta. “Seria enviada em março, o que não aconteceu”, relatou Zélia Aguiar, vice-presidente da ACP.
Segundo ela, a Prefeitura havia pedido que a categoria aguardasse o fim do primeiro quadrimestre, mas o reajuste dos professores deveria acontecer em maio e não há perspectiva de aumento. “Queremos uma proposta para debater com a categoria, a categoria não é intransigente, queremos o que é nosso por direito”.
A ACP sugere que a Prefeitura retire os comissionados e aperte os cintos em outras secretarias, para assim dar o reajuste aos profissionais da educação. A categoria fica no local até ser atendida, mas ainda não há informações se o prefeito irá comparecer.
O Secretário Municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, afirma que a prefeitura ainda está acima do limite prudencial, com 52,2% de gasto com pessoal. Ainda assim, ele afirma que o resultado é positivo, já que houve uma redução nos gastos. O secretário afirma que há possibilidade de que a Prefeitura saia do limite prudencial, mas enquanto isto não ocorrer, negociações salariais são possibilidades remotas.
Não são só os servidores municipais da educação que estão com poucas perspectivas de aumento neste ano. Em reunião com a SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização) na quarta-feira (25), os administrativos da educação do estado receberam a notícia de que também não devem receber um reajuste.
“A posição do governo é de não renovar o abono, já vai retirar [do salário] este mês, não vai pagar o abono, vai ficar com salário menor. O governo finaliza com congelamento de salário para 2019 para servidores”, afirmou o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira.