Carille celebra tri pelo Corinthians, mas diz: “Dos três, foi o que a gente menos merecia”

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Tricampeão paulista pelo Corinthians, o técnico Fábio Carille foi realista ao avaliar o desempenho do Timão ao longo da competição, que terminou neste domingo com a vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, em Itaquera.

Em entrevista coletiva após a conquista, Carille foi à sala de imprensa ao lado de Clayson, Fagner e Ramiro, todos titulares na final, e até levou um banho de gelo dos jogadores, liderados por Vagner Love. Apesar da festa, o técnico não escondeu que há o que melhorar.

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– (Dos três) Acho que foi o que a gente menos merecia. Não preciso esperar a imprensa falar isso. Quantas vezes falei que a gente precisava jogar mais? – indagou o técnico.

– Em 2017, jogamos muito, em 2018 mais ou menos, esse ano pouco. Por outro lado, são 23 jogadores. Espero que esse título ganhe uma casca maior para jogar melhor e convencer também. Não sei se sou bom técnico, mas sei que sou abençoado – completou.

Além de reconhecer que o Corinthians pode jogar mais, Fábio Carille disse entender as críticas ao futebol apresentado pela equipe.

Fabio Carille, técnico do Corinthians, beija a taça do tricampeonato — Foto: Marcos Ribolli

Fabio Carille, técnico do Corinthians, beija a taça do tricampeonato — Foto: Marcos Ribolli

– Falar das críticas, se não criticasse algumas partidas, alguma coisa estaria errada. Quantas vezes entrei no vestiário e disse: “A gente precisa jogar mais”? As críticas fazem parte. É um esporte coletivo, com 23 jogadores novos. Não é desculpa. Demos a resposta na vontade, na determinação. Dos grandes, não teve um time que manteve um nível alto o tempo todo, como nós em 2017. Não precisava mais nem colocar a mão. O Palmeiras oscilou, o São Paulo começou mal e chegou à final, o Santos fez jogos ótimos e jogos ruins. Temos tudo para fazer um futebol melhor.

Jogadores do Corinthians interrompem entrevista de Fabio Carille e jogam água no treinador

Jogadores do Corinthians interrompem entrevista de Fabio Carille e jogam água no treinador

Depois da festa do título, o Corinthians tem novo jogo decisivo nesta quarta-feira contra a Chapecoense, às 21h30 (de Brasília), em Itaquera, pela quarta fase da Copa do Brasil – o Timão perdeu o jogo de ida por 1 a 0, em Chapecó.

Carille:

Carille: “Não sei se sou bom técnico, mas sou abençoado”

O que precisa melhorar?

– Precisa melhorar muito o conjunto, aquela situação de jogar sem olhar. O Paulista vale a pena, sim. É difícil jogar no interior. Tem estaduais que você é campeão, mas engana. Em 90% das vezes no Sul é Grêmio ou Inter, Minas também. É difícil jogar no Corinthians, e os jogadores precisam dar uma resposta o quanto antes.

O fator Clayson

– Vou repetir o que falei dias atrás: acompanhei desde o Ituano, fez um grande campeonato na Ponte, e o Tarciso, um amigo, só me falou: tem muita personalidade. Ainda bem que é pequeno. Se fosse grande, a gente tava ferrado, porque é briguento. Tem que ter personalidade de errar e tentar outra vez. Foi um dos pedidos, que viesse o Luan, do Atlético, mas não deixasse o Clayson sair. Esse foi o pedido.

Importância de Cássio

– Nesses últimos dez anos, sempre o jogador com mais partidas fica como capitão. Agora está sendo o Cássio, foi o Ralf. É uma ideia do clube. O jogador que tem mais números a gente escolhe para ser capitão. São momentos, são fases. De quando acompanho futebol, o Corinthians teve três grandes goleiros, Ronaldo, Dida e Cássio. Ele é um cara iluminado, que cresce quando tem que crescer. Principalmente no jogo contra o Santos, fez a diferença. É merecedor de tudo isso. E é frio. Isso dá mais confiança para as horas decisivas.

Peso do tri

– São coisas que, sinceramente, não consigo entender por que estão acontecendo comigo. Sério mesmo. Aprendi muito no Corinthians. Aprendi principalmente com Mano e com Tite. Em 2017, tive um grupo que me escutou demais. Ganhamos jogos no detalhe. Em 2018, tivemos que mudar. Não gosto de jogar sem 9. Mas tivemos que nos adaptar assim no Paulista. Esse ano, mudamos a forma de jogar, algumas vezes colocando dois 9. Mas não consigo entender. Não sei se sou bom técnico, mas sou abençoado.

Jogo contra a Chape

– Amanhã, me apresento cedo, começo a esboçar. A escalação eu vou olhar no olho de cada um na terça-feira. Só de olhar no olho eu já sei. Tem uns lá que vou olhar bem. Não vou trancar. Tem que comemorar, sim. Terça-feira, os jogadores vão saber quem vai pra campo.

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