O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul resolveu cortar pela metade o número de famílias beneficiadas pelo vale renda. A decisão foi tomada após a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast) descobrir irregularidades em pelo menos 22 mil famílias que recebiam o valor de R$ 180.
O Estado destaca que a equipe técnica fez um cruzamento dos dados do programa Vale Renda com o Cadastro Único – um instrumento do Governo Federal que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda e descobriram que 22 mil das 45 mil famílias que recebem o Vale Renda já eram beneficiadas pelo programa Bolsa Família, ou não estavam em situação de vulnerabilidade social.
Um exemplo citado pelo governo foi o caso de uma família de Batayporã, composta por quatro pessoas. Eles possuem uma renda familiar de R$ 6.072, mas continuavam a receber o auxílio de R$ 180. Pelas regras do programa, só podem ser contempladas famílias com renda familiar per capita de até meio salário mínimo.
Conforme a assessoria de imprensa do Estado, não se trata de um fator isolado. Em Campo Grande, uma família de três pessoas com salário de R$ 5.622 recebia o Vale Renda. Em Três Lagoas, uma família do mesmo tamanho, com R$ 3.372 mensais também era beneficiada. Tem ainda casos de famílias que há mais de 12 anos recebem o benefício, criado em 2007.
O Estado adianta que vai intensificar o combate à fraude, evitar duplicidade e garantir os pagamentos de quem mais precisa.
Segundo o corpo técnico da Sedhast, algumas dessas pessoas superaram a situação de vulnerabilidade porque conquistaram emprego ou se aposentaram e hoje não se enquadram mais nos critérios, mas continuaram a receber o benefício.
O secretário-adjunto Adriano Chadid explicou que o combate aos desvios é necessário para a manutenção do Vale Renda. “Aprimoramos o programa integrando nossa base de dados com a do governo federal. Queremos ampliar a rede de parceiros, evitar duplicidade e desvios”, concluiu.
Fonte: TopMidiaNews