Quarenta e nove médicos dos 78 inscritos para participar do programa Mais Médicos na capital paulista se apresentaram nesta segunda-feira (3). Os 29 médicos que não compareceram nesta segunda têm até o dia 14 de dezembro para se apresentarem.
Dos 78 inscritos, 69 são brasileiros e 9 estrangeiros, que fizeram o exame Revalida. O contrato é de 36 meses renováveis.
Havia 72 cubanos trabalhando em São Paulo e a Secretaria Municipal da Saúde ampliou para 78 o número de vagas.
No último dia 14, o governo de Cuba informou que decidiu sair do prorama social Mais Médicos, citando “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no Brasil. O país caribenho envia profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde desde 2013, quando o governo da então presidente Dilma Rousseff criou o programa para atender regiões carentes sem cobertura médica.
Na sede da Secretaria, os médicos receberam orientação e participaram da escolha dos postos de saúde onde vão atuar. Após a escolha, os médicos devem apresentar a documentação e já podem começar a trabalhar nesta terça-feira (4).
Em frente às listas com as vagas, representantes de cada região tiravam as dúvidas dos médicos e tentavam atraí-los para a sua área.
Segundo Patrícia Martins de Sá, representante da Supervisão de Saúde de São Mateus, na Zona Leste, o que prevaleceu na escolha foi o local das vagas.
As UBS no Centro e na Zona oeste foram as primeiras a ser escolhidas. Em seguida, as da Norte. As oportunidades na Zona Leste e na Zona Sul ficaram por último na opção dos médicos.
Patrícia conta que, apesar da distância, tenta atrair os inscritos pelas especificidades da área. “O que eu tentei passar para eles é que independente da localização, vai ser uma experiência fantástica porque a Atenção Básica é a nossa porta de entrada para o serviço de saúde”.
“Eu acho que por conta das carências que a gente tem, de educação, saúde, saneamento, é um território muito enriquecedor no sentido de você olhar para o indivíduo como um todo”.
O primeiro inscrito foi também o primeiro que pôde escolher a unidade onde trabalhar. O paulistano Alan ficou em dúvida entre a Sé e o Butantã mas escolheu a região central. “Fiquei em dúvida porque sei das condições e das dificuldades de cada região, do extremo Leste e do extremo Sul, mas também sei as dificuldades de trabalhar no Centro, onde tem muitos usuários de drogas”. Alan é da Saúde, na Zona Sul de São Paulo.
O médico é formado há 2 anos pela faculdade de medicina do ABC. Ele ficou um ano trabalhando na Força Aérea, depois foi trabalhar em uma empresa de transportes de pacientes.
A coordenadora de Atenção à Saúde, Edjane Torreão, da prefeitura, disse que hoje foi um dia de acolhimento. “Hoje foi um momento de acolhê-los, a Secretaria da Saúde quis apresentar para eles o que é o município para que eles tenham vontade de ficar em São Paulo”.
Segundo ela, se as vagas não forem preenchidas, o Ministério da Saúde deve lançar um novo edital a partir do dia 14, quando termina o prazo para a escolha das unidades em que os médicos trabalharão.
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Primeiro inscrito escolhe UBS Santa Cecília, na região central — Foto: Paula Paiva Paulo/G1
A boliviana Bianca Ledezma, de 30 anos, é uma das que se apresentou nesta segunda. Ela está na capital paulista há 2 anos e fez a revalidação do diploma.
Ela escolheu a UBS Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera, na Zona Leste, porque ela está morando na região e é de fácil acesso.
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Boliviana que vai participar do Mais Médicos em São Paulo — Foto: Paula Paiva Paulo/G1
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Unidades de saúde onde os médicos vão atuar — Foto: Paula Paiva Paulo/G1