Jon Jones revelou nesta última segunda-feira, em participação no programa “Ariel Helwani’s MMA Show”, que continua a lutar contra o alcoolismo e o uso de drogas. O lutador de 31 anos – que no próximo dia 29 de dezembro luta novamente pelo cinturão meio-pesado do UFC, diante de Alexander Gustafsson – esteve numa clínica de reabilitação neste ano, mas admitiu que ainda não conseguiu chegar à abstinência.
– Ainda bebo. Fumo maconha também de vez em quando. Cansei de tentar esconder que sou… (…). Não (bebo) uma quantidade louca. Em alguns fins de semana, principalmente nos fins de semana – contou Jon Jones, que ainda garantiu que seus treinadores têm conhecimento sobre o uso habitual de álcool.
– É algo pelo qual eu estava me esforçando, especialmente ao ir para a reabilitação no último verão. Estava me esforçando para conseguir estar completamente sóbrio, mas não estou pronto para isso. Não é quem eu era e não é quem eu sou na minha vida e na minha carreira. Estou num lugar no qual posso ser honesto comigo, mas estar neste lugar definitivamente me amadureceu muito – completou.
Jon Jones também tem carregado consigo sempre uma dúvida nos últimos anos: seu legado fica manchado após sucessivos casos de doping? Pode ser considerado o maior lutador de todos os tempos mesmo somando punições da Agência Antidopagem dos EUA (USADA)? O próprio ex-campeão meio-pesado admite que muitos o olham com desconfiança, mas trata com desdém a hipótese de mancha às suas conquistas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2018/0/r/9jJWhnS4ORseRlKDB4yQ/gettyimages-1056546876.jpg)
Jon Jones e Gustafsson se empurraram após coletiva do UFC 232 — Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC / Getty Images
No UFC 232, no qual faz a luta principal com o título da divisão até 93kg em jogo, Jon Jones retorna ao octógono depois de cumprir suspensão de 15 meses imposta pela USADA. Essa é a sua segunda punição relacionada a uso de esteroides.
– Fui capaz de fazer grandes coisas neste esporte, e infelizmente tive um solavanco com essa situação de esteroides, e sou grato que a USADA provou minha inocência dizendo: “Ei, isso foi um pouco um mal-entendido”, e isso apenas mostra o quão dominante tenho sido no esporte. Sinto que as pessoas sempre quiseram dizer: “Bem, a razão pela qual ele é tão bom é porque o irmão dele está no círculo da NFL”, ou “ele é tão bom porque tem braços muito longos”. As pessoas sempre deram desculpas para o meu sucesso, em vez de apenas dizer: “Sabe de uma coisa? Esse cara é realmente muito inteligente. Ele tem um QI de luta muito bom e é isso que faz dele campeão”. Sinto que tenho muito a provar. Sempre tive muito a provar – disse o lutador em outra entrevista na ESPN nesta mesma segunda-feira, no programa “First Take”.
Um dos maiores críticos de Jon Jones, naturalmente, é seu declarado desafeto e rival Daniel Cormier. Ele foi um dos primeiros a criticar a decisão da USADA,relacionado a um teste feito após a luta entre eles no UFC 214. “Bones” primeiro nocauteou DC, mas depois teve a luta transformada em “no contest”. Cormier acabou ficando com o cinturão. Sobre a alegação de DC, Jon Jones foi direto.
– Qual é a minha reação a isso? Podemos falar mal nesse show? Dane-se Daniel Cormier. Minha última situação foi terrível, pretexto de esteroides. Não foi um pretexto – eu tinha uma quantidade mínima de esteroides no meu corpo. Graças a Deus passei todo o processo para provar a minha inocência. Através da ciência, fomos capazes de provar que havia uma quantidade muito pequena de esteroides no meu corpo. Uma das pessoas disse: “A quantidade de esteroides no corpo de Jon Jones era como tomar uma pitada de sal e jogá-la em uma piscina olímpica. Não temos ideia de como isso entrou no meu corpo. Fizemos tudo ao nosso alcance para descobrir como isso entrou no meu corpo, de onde isso veio. Gastei milhares de dólares ao longo de tudo isso, testando e testando suplementos. Ainda não conseguimos descobrir de onde veio.
/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2017/08/01/gettyimages-824382304.jpg)
Jon Jones venceu Daniel Cormier no UFC 214, mas doping posterior transformou a luta em “no contest” — Foto: Getty Images
Jones acredita que seu legado permanece intacto e o credencia a ser considerado o melhor lutador de todos os tempos. Ele espera provar isso mais uma vez no UFC 232.
– O que tenho que fazer é sair e ser exatamente quem eu sou, exatamente quem eu sempre fui. Sei em meu espírito que nunca trapaceei neste esporte. Como eu disse, a USADA conseguiu provar que era uma quantia tão pequena que não afetou meu desempenho. Eu sempre passei por todos os testes de drogas. Sou o melhor lutador no esporte. Sempre fui o melhor lutador. Nada mudou, então eu devo fazer exatamente da forma que sempre fiz.