Jandaia Caetano analisa o primeiro programa eleitoral dos presidenciáveis brasileiros

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Primeiro Programa Eleitoral Gratuito, para Presidência da República, foi veiculado neste sábado (1º). Foto Itiruçu Notícias.

Confira abaixo, candidato por candidato

O horário eleitoral começou e com isso a esperança dos candidatos de que a eleição entrará realmente como assunto cotidiano na vida do brasileiro. O primeiro programa eleitoral para presidente da República foi veiculado no sábado (1º) na TV e rádio. No rádio as transmissões acontecerão às 7h00 e às 12h. Na TV, às 13h00 e às 20h30 (horário de Brasília).

Com veiculações às terças, quintas e sábados, o bloco presidencial terá 12 minutos e 30 segundos de duração por turno (matutino, vespertino ou noturno). Analisamos o conteúdo – pela TV – e o caminho escolhido para chamar a atenção e a simpatia do eleitor.

Sequência do Horário Eleitoral:

Marina Silva, Rede/PV (21 segundos) – Claramente usando uma tática eleitoral de sensibilizar o eleitorado feminino. Inteligente, quando se é a única candidata com chances reais de vitória e tenta combater a pecha de frágil. Porém, Marina caminha pelo sentimentalismo barato e pragmatismo eleitoral, que vai ao contrário do estilo “programático” da postulante: “Alguma vez já te chamaram de fraca? De Incapaz? Eu sei o que é. Juntas nós somos mais fortes”, disse Marina.

Cabo Daciolo, Patriota (8 segundos) – Se sua intenção é chamar a atenção de forma “ácida” – como fez nos debates – fracassou. Usou a escrita “Deus Está no Controle” com destaque, mas insuficiente para impressionar.

Eymael, DC (8 segundos) – Se não conseguia agregar com menos candidaturas – em 2014 foram onze (11) e ele ficou em 9º (61.233 votos) – não vai ser agora que vai chamar a atenção. O fator positivo é que “todo mundo” conhece a música: “Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão”.

Henrique Meirelles, MDB/PHS (1m55s) – Um programa consistente e que conseguiu apresentar bem o postulante como uma alternativa competente. Nem parece que têm somente 1% das intenções dos votos nas pesquisas e vem recebendo críticas até do presidente Temer e do ministro Marun (os dois de seu partido). De um programa positivo para convencer o eleitor é uma distância longa.

Ciro Gomes, PDT/Avante (38 segundos) – Comunicação é o seu forte e consegue passar segurança e competência. O mote MUDE também foi usado e pode emplacá-lo como uma alternativa para quem está revoltado – e quem não está? – com o sistema atual.

Guilherme Boulos, PSOL/PCB (13 segundos) – Sabiamente colocou um ator famoso, Wagner Moura (por ironia, o Capitão Nascimento do Tropa de Elite) para apresentar o candidato (em imagens de muito bom gosto). O texto porém não foi de tanto impacto, mas, no geral, passou no primeiro teste.

Geraldo Alckmin, PSDB/PP/DEM/PSD/PTB/PRB/SD/PPS/PR (5m32s) – Usou o extenso tempo em um programa agradável e de contraponto ao radicalismo político. O uso de imagens de “bala” (projétil) destruindo objetos com problemas nacionais (Desemprego, Falta de Saneamento, Analfabetismo, Fila na Saúde, Fome), assim como a união da bandeira nacional foi de muito bom gosto. Porém, o longo tempo tem seu bônus e seu ônus. De início, deu a dica, mas terá que apertar o cerco se quiser os votos que nas últimas eleições foram tucanos e agoram são bolsonaristas. Pecou por querer popularizar o nome Geraldo. Não cola. Não se vê Bolsonaro querer popularizar o Jair (que é mais simples). A música também não agradou, está com cara, nítida, de que não vai emplacar.

Vera Lúcia, PSTU (8 segundos) – Se o objetivo era chamar a atenção, conseguiu. Um paradoxo, a candidata usar a democracia, o horário eleitoral gratuito, e dizer que o sistema (e em consequência a própria eleição) é uma farsa: “Isso é uma farsa. O Brasil precisa de uma rebelião”, exclamou Vera.

Lula, PT/PCdoB/PCO/Pros (2m23s) – O chororô inicial só reforçou a ideia de que Lula não é candidato e coloca a campanha petista em dúvida e em cheque. A coligação terá que escolher entre começar uma campanha de verdade logo – apresentando Haddad como candidato – ou continuar nesta “viagem lisérgica” (nas palavras de Ciro Gomes). O significado de viagem lisérgica é “referente ao que causa efeito alucinógeno”, ou seja, loucura mesmo. Alternativas como a “denúncia do golpe contra a Dilma” e de que o PT (e não só o Lula) é bom para os pobres são muito mais viáveis.

João Amoêdo, Novo (5 segundo) – Assim como a candidata do PSTU, Amôedo conseguiu chamar a atenção. Só que de uma forma agradável, simpática e impactante: “Se depender de mim essa é a última eleição com programa eleitoral obrigatório”. Também como Vera Lúcia, não deixa de ser contraditório, usar o horário eleitoral para combate-lo. Pelo tanto que escrevi, para quem só teve 5 segundos, mostra que está no caminho certo.

Álvaro Dias, Podemos/PSC/PTC/PRP (40 segundos) – Tenta ganhar pontos no eleitorado anti-Lula ao criticar o ex-presidente e se colocar ao lado do juiz Sérgio Moro. Busca impressionar e escolheu opções válidas. O slogan “Abre o Olho” me deu a sensação que não vai colar.

Jair Bolsonaro, PSL/PRTB (8 segundos) – Para quem lidera as pesquisas optou por um caminho seguro, colorido (parecia o Collor em 89) e de muito bom gosto. Apareceu afável e simpático (sim, ele conseguiu). Nem parece o Donald Trump brasileiro expert em verbalizar “grossos calibres”. Boa escolha.

João Goulart Filho, PPL (5 segundos) – “È de novo Goulart”, foi a frase que concluiu o programa. A campanha do filho do ex-presidente João Goulart – deposto em 1964 – precisa entender que a maioria massacrante da população desconhece a trajetória história e política do seu pai. Sei que é difícil em 5 segundos, mas fico com a impressão que o escasso tempo do PPL foi usado para “falar, falar e não dizer nada” (relembrando o ditado popular).

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