O senador cassado Delcídio do Amaral (PTC) deixou a candidatura ao pleito deste ano ‘nas mãos’ da família e da Justiça. A afirmação ocorreu durante entrevista à Rádio CBN de Campo Grande. Apesar da incerteza, ele deixou no ar a possibilidade de concorrer a prefeito em 2020.
“Minha família vai dizer, a justiça vai dizer [sobre a participação das eleições deste ano], estou muito tranquilo, de alma lavada, absolvido de uma forma consistente”, comentou, para depois continuar.
“Estou olhando [a possibilidade] com advogados e minha família… minha chance vai depender do juiz. Dia 15 de agosto é a data limite [para registro de candidatura], qualquer coisa que eu disser agora pode ser desmentida pelos fatos”, resumiu.
Delcídio também falou sobre a sua absolvição, dois anos e meio após a sua prisão acusado de tentar obstruir a Operação Lava Jato, mostrando vontade maior de buscar o Executivo daqui a dois anos.
“Eu fui absolvido, estou leve (…) recuperação dos direitos políticos é questão de tempo, se não for candidato agora, serei daqui a dois anos”, relatou à rádio da Capital.
O caso
Cassado em 2016, o ex-senador Delcídio do Amaral foi absolvido no dia 12 de julho da acusação de tentar obstruir a Operação Lava Jato. Além dele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o banqueiro André Esteves acabaram inocentados.
Ao julgar o caso, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, entendeu que não há provas suficientes para condenar os acusados.
O caso começou em 2015, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) usou depoimentos da delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e do filho dele, Bernardo Cerveró, para pedir a prisão do senador Delcídio do Amaral; de André Esteves, dono do Banco BTG Pactual; do ex-advogado de Cerveró Edson Ribeiro; e do chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. Todos os acusados que foram absolvidos hoje.
Em um trecho do processo, a PGR afirmou que Delcídio ofereceu dinheiro para evitar a citação de seu nome nas investigações.
“O senador Delcídio Amaral ofereceu a Bernardo Cerveró auxílio financeiro, no importe mínimo de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais, destinado à família de Nestor Cerveró, bem como prometeu intercessão política junto ao Poder Judiciário em favor de sua liberdade, para que ele não entabulasse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal”, disse a PGR. (Com informações da Agência Brasil)