Um bebê de sete meses e uma adolescente de 15 anos, que não estava na casa, foram os únicos sobreviventes de uma chacina que fez seis vítimas na madrugada desta terça-feira, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio. O crime aconteceu numa casa às margens da Rodovia RJ-104, na altura do bairro Parque Bela Vista. Segundo familiares e vizinhos, o alvo teria sido Bruno Souza dos Santos, de 18 anos, um dos mortos. Os demais teriam sido queima de arquivo.
De acordo com os familiares e vizinhos, Bruno, também conhecido como Índio, teria deixado a prisão recentemente. Ele tinha um filho com Rayane Nunes da Silva, de 23, outra vítima, e é pai do bebê que sobreviveu. Os outros mortos são Michele Nunes da Silva, seus filhos Jonathan Nunes Muniz, de 17 e Rafael da Silva Motta, 18, além do companheiro dela Claudenir Pinto Francelino.
A hipótese mais provável é que o crime tenha sido praticado por traficantes. A motivação seria uma dívida que Bruno tinha por estar vendendo drogas sem prestar contas para o chefe do tráfico da região, segundo o delegado Rodrigo Coelho, da 165ª DP (Mangaratiba). A polícia ainda informou que a ficha criminal do alvo da chacina tem várias anotações, entre elas tráfico de drogas e porte de armas.
Aparecida da Silva, de 55 anos, mãe das duas mulheres e avó dos dois adolescentes que morreram, contou que encontrou o bebê perto de um sofá da casa chorando, diante dos corpos. Nesse momento, ela busca a ajuda junto a prefeitura para fazer o sepultamento dos parentes.
— É muito triste. Eu é que vim socorrer o bebê. Por causa de uma pessoa os outros acabaram pagando — lamentou.
Ainda muito abalada, ela contou que encontrou três corpos caídos num sofá da sala, diante do aparelho de televisão ligada. Outros dois estavam na cozinha. Bruno que correu para o quarto e tentou escapar pela janela foi morto em cima do telhado de uma casa vizinha, que está vazia.
Depois da perícia, realizada pela manhã, os familiares das vítimas retiraram móveis como o sofá, onde os corpos foram achados, e colocaram do lado de fora, numa varanda. Dentro da casa ainda havia várias marcas de sangue, principalmente no chão da sala e numa cortina do quarto.
No telhado da casa onde Bruno foi morto, ainda há várias cápsulas, além das que foram recolhidas pelos peritos. Um vizinho, que preferiu não se identificar contou que o crime aconteceu por volta de 1h30 da madrugada e que ouviu muitos tiros.
— Eram muitos tiros. De início não estranhei. Pensei que fosse o cara daí atirando para o alto. Ele costumava fazer isso — afirmou, se referindo a Bruno.
A porta da casa estava fechada com arame e um cadeado, indicando que teria sido arrombada pelos criminosos. O caso está sendo investigado pela 165ª DP (Mangaratiba). Uma perícia foi feita no local das mortes. Os corpos foram retirados do local por um veículo da Defesa Civil e levados para o Instituto Médico Legal (IML).
De acordo com o delegado, que investiga o caso, Robson Barbosa dos Reis, conhecido como Robinho, de 34 anos, é o principal suspeito pelos crimes. Ele apresenta diversas anotações criminais por tráfico de drogas e corrupção ativa. Contra Robson há um mandado de prisão. O delegado informou ainda que as vítimas Claudemir e Michele também têm anotações criminais.