O presidente Michel Temer admite em conversas reservadas com auxiliares antecipar a reforma ministerial do seu governo para janeiro – e não mais em março, como estava sendo desenhado.
Segundo interlocutores do presidente, o Planalto avalia que não pode ficar a reboque da movimentação do PSDB de desembarque do governo. Os tucanos discutem deixar o governo em dezembro.
Inclusive, o movimento foi defendido pelo ex-presidente da República Fernando Henrique em artigo publicado no último final de semana.
Um auxiliar de Temer afirmou ao Blog que, se a reforma ocorrer em janeiro, não incluirá apenas o PSDB, mas outros partidos. “Outras cadeiras entrarão na dança, será uma mexida ampla”, enfatizou.
A reforma é uma cobrança dos partidos, principalmente do “Centrão”, para apoiar a pauta do ajuste fiscal e das reformas, como a da Previdência.
Deputados que cobiçam as pastas se queixam do “timing” do governo, março, para a reforma. Afirmam que se o Planalto deixar as trocas para a véspera da eleição, a reforma será inócua.
Discurso
Sobre a reforma da Previdência, Temer tem se dedicado a dividir a conta da pauta com os parlamentares. Este é o argumento de auxiliares do presidente para explicar o discurso de que, “sozinho”, não aprovará a reforma.
A tônica da fala presidencial foi decidida nesta terça (7) em reunião entre Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
A avaliação do governo é de que a pauta da reforma não pode ficar “apenas no colo” do governo, e os parlamentares precisam se engajar.
” Temer quis passar o seguinte recado: chamamos os deputados para dançar”, afirma um assessor presidencial.